segunda-feira, 28 de junho de 2010


ESCRITOS Nº 40










ESCRITOS Nº 39










ESCRITOS Nº 38




ESCRITOS Nº 37

Herbário de Eunice Mendes
20/08/09

O QUADRO
(Folclore)

Um homem havia pintado um lindo quadro. No dia de apresentá-lo ao público, convidou todo mundo para vê-lo. Compareceram as autoridades do local, fotógrafos, jornalistas, pois o pintor era muito famoso e um grande artista. Chegado o momento, tirou-se o pano que velava o quadro. Houve caloroso aplauso. Era uma impressionante figura de Jesus batendo suavemente à porta de uma casa. O Cristo parecia vivo. Com o ouvido junto à porta, Ele parecia querer ouvir se lá dentro alguém respondia. Houve discursos e elogios. Todos admiravam aquela obra de arte. Um observador curioso porém, achou uma falha no quadro: A porta não tinha fechadura. E foi perguntar ao artista:
- Sua porta não tem fechadura! Como se fará para abri-la?
- É assim mesmo - respondeu o pintor. - Esta é a porta do coração humano. Só se abre do lado de dentro.
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CENTRAL

Aonde levarão as passadas
das pessoas que passam
pelo Passeio apressadas?

passos pernas
preços pressa

E agora, José, aonde?
Dizei-me, Senhor dos Passos,
onde pois será a Saara?

Vou até a Uruguaiana
rumo às Casas Bahia
"Yes, nós temos bananas"
nas Lojas Americanas.

Devo seguir ou voltar?
Quero sentar na calçada,
contemplar tudo e todos,
parado no meio do nada.

FÁBIO CEZAR
Rio de Janeiro/RJ
in: Periculocidade
====================

HAICAI

obrigado vale do sol!
suspenso na brisa
perfume da neve

BASHÔ
Poeta japonês
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MENSAGEM:

Comece teu dia praticando a caridade; um cumprimento cordial será o início.
===============

na fartura da tua boca
minha alegria saciada
encontra
o paraíso da tua carne
ave liberta
e dissecada
deserta-me nos teus olhos
cobertos de sol

ampla como tuas mãos
minha alma
me entrega-te
sob a seda da tua língua
úmida lâmina

arma branca
que te crava em mim.

EUNICE MENDES
Santos/SP
in: Flores e Frutos
Contato com a autora:
e-mail: walmordario@ig.com.br
_________________________

FRASES:

"A ilusão é a essência em que o homem se criou."
NIETZSCHE - Filósofo alemão
"Acreditar em seu próprio pensamento é a chave de tudo."
RALPH EMERSON - Pensador norte-americano
"Mãe, sem você não existiria!... pois, papai não fica grávido!"
RODRIGO DIVINO - Praia Grande/SP
"Quando alguém me pergunta se estou bem, eu não falo nada!
Só digo que sim, porque acordei e estou vendo mais um dia!"
FABIO FERNANDES BALDAN - Guarujá/SP
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DAS COLETIVIDADES...

O povo e o seu poder.
Ideologias e Simbolismos.
Tristezas e Humilhações.
Quadro social.

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO
São Vicente/SP
in: Das...
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BIOGRAFIA

LUCIUS APULEIUS

Conhecido também pelo nome de Apuléio. Nasceu em Madaura, na Numídia (hoje Argélia) no ano de 125 e faleceu em Cartago em 164. Educado em Cartago e Atenas, viajou pelo Mediterrâneo, estudando ritos de iniciação e cultos. Profundo conhecedor de autores gregos e latinos, ensinou retórica em Roma antes de regressar à África para casar-se com uma rica viúva. Em virtude da oposição da família da noiva ao casamento, escreveu a obra Apologia (173), uma espécie de autobiografia, em que se defende da acusação da prática de magia. Escreveu ainda diversos poemas e tratados, entre os quais Florida, coletânea de trabalhos de eloqüência. A sua obra mais conhecida é O asno de ouro, uma narrativa em prosa em 11 livros a que inicialmente chamou Metamorfoses. Essa obra narra as aventuras do jovem Lúcio, que para se transformar em pássaro unta-se de um ungüento mágico, mas por ter usado o ungüento errado, se vê mudado em asno. Após passar por uma série de aventuras extraordinárias recupera a forma humana graças à intervenção de Ísis. O único romance da antigüidade a chegar completo aos nossos dias, é a bela fábula de Amor e Psiquê, que pode ser interpretada como uma alegoria da união mística, relacionando cenas grotescas, terrificantes, obscenas e, em parte, deliberadamente absurdas. O tema desta obra foi retomado por muitos escritores, entre os quais, no século XIX, os poetas ingleses William Morris e Robert Bridges. Outras passagens também são reconhecidas em Decameron, de Giovanni Boccaccio, no Don Quixote, de Miguel de Cervantes, e no Gil Blas de Alain Le Sage.
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1º. DE MAIO
DIA MUNDIAL DO TRABALHO

A repressão foi aumentando num crescendo sem fim: decretou-se "Estado de Sítio", assim como proibição de sair às ruas. Trabalhadores foram presos, sedes de sindicatos foram incendiadas, criminosos e gângsters pagos pelos patrões invadirem casas de trabalhadores, espancando e destruindo seus pertences. A justiça levou a julgamento os líderes do movimento: August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Schwab, Louis Lingg e Georg Engel. O julgamento começou dia 21 de junho de 1886 e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg e Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.

FIM
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LIVROS DE EUNICE MENDES:

* Cerimônia das Flores – Valor: R$ 15,00
* Flores e Frutos – Valor: R$ 15,00
* Sino dos Ventos (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Lua na Janela (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Espaços do Vazio (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Nuvens de Sol – Valor: R$ 10,00
* Sonhares – Valor: R$ 15,00

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LIVROS DE WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO

* Poemas Bluseiros – Valor: R$ 8,00
* Um Poeta na Itália – Valor: R$ 8,00
* A Multiplicação do Nada – Valor: R$ 8,00
* Das... – Valor: R$ 8,00


Contato: Eunice Mendes
Contato: Walmor
e-mail: walmordario@ig.com.br
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SINAL

Escorreguei em mim mesmo
e caí.

Sou um acidente.

TANUSSI CARDOSO
Rio de Janeiro/RJ
in: 50 Poemas e Poeta escolhidos pelo Autor
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O BLUES

(...)

O blues quase nunca utiliza um verdadeiro modo menor. Só existe um grupo de blues no qual se tocam especificamente acordes menores no acompanhamento. Ao mesmo tempo, existe um uso contínuo de configurações maior/menor que se encontram na maioria das composições de blues.

(...)

Por Samuel Charters
in: Mestres do Blues – Vol. I
(continua na próxima edição)
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ESPAÇO DO LEITOR

CONDIÇÃO

A opressão
nos torna humildes.
Humilhados
não exercemos
deveres próprios
da condição humana.

DJANIRA PIO
São Paulo/SP
in: Condição
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HAICAIS

Sol brilhando
tarde quente
e pássaros voando.

PAULO PEREIRA MELLO
Santa Maria/RS

*

Altas horas
orquestra de sons
chuva no telhado.

ANTONIO PEREIRA MELLO
Santa Maria/RS
========

TROVA

Palmeiras da minha terra,
suas folhas tremulando
parece que sobre a serra
estrelas estão jogando!

HENNY KROPF
Cantagalo/RJ
in: Poenísia nº 17
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DICAS DE LEITURA:

50 POEMAS ESCOLHIDOS PELO AUTOR - TANUSSI CARDOSO - EDITORA GALO BRANCO - 2008. A coleção 50 Poemas Escolhidos pelo Autor, da Editora Galo Branco, representa uma amostra variada e livre do que há de mais representativo na poesia brasileira contemporânea. É neste contexto que homenageia Tanussi Cardoso, assinalando os 30 anos deste poeta já consagrado pelo público e pela crítica, no Brasil e exterior.
http://www.edicoesgalobranco.com.br/
__________

VERTENTES - COLETÂNEA DE POEMAS E FORTUNA CRÍTICA - RIO DE JANEIRO - EDITORA FIVESTAR - 2009. A coletânea de poemas "Vertentes" dá continuidade ao projeto "Rios", do qual resultou importante obra poética. Em "Vertentes" encontram-se cinco livros, de cinco poetas. Nomes que há anos se destacam tanto na opinião de leitores quanto à crtítica. São eles: Elaine Pauvolid, Márcio Catunda, Ricardo Alfaya, Tanussi Cardoso e Márcio Carvalho, poeta falecido em 2007.
Contato: http://www.vertentes.blogger.com.br/
__________

SIGNO - ANTOLOGIA METAPOÉTICA - ANDERSON BRAGA HORTA - THESAURUS - 2010. Signo descreve uma trajetória poética em que se representam as tendências do século, desde o romantismo tardio dos primeiros poemas de Anderson Braga Horta até uma profissão de fé simbolista, e desde o ideologismo da lira social até o formalismo das vanguardas.

CANTO

O canto são dois rios confluindo no lábio.
E teu olhar desata as minhas fontes.

ANDERSON BRAGA HORTA
Brasília, 7/10/1973
in: Signo
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CAMINHO DE ESTRELAS - POESIA - MARIA BRAGA HORTA - EDITORA MASSAO OHNO - 1996. Poesia completa de Maria Braga Horta, esposa de Anderson de Araújo Horta e mãe de Anderson Braga Horta. Sua poesia é simples, direta e despretensiosa, de linguagem elevada, equilibrada e harmônica.
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FINA FICÇÃO - POEMAS - LOU VIANA - EDITORA DA PALAVRA - 2010. "Fina ficção é o livro em que a poesia de Lou Viana encontrou seu caminho mais denso: a compresença de múltiplas palavras na lua minguante de seus versos." (Marco Lucchesi)
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INFORMAÇÃO IMPORTANTE:

Aceitamos colaborações de poemas e/ou pequenos textos em prosa,
que poderão vir a ser publicados
se estiverem de acordo com o perfil da nossa linha editorial.
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são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
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Maiores informações entre em contato com o editor:
Walmor Dario Santos Colmenero
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domingo, 2 de maio de 2010

ESCRITOS Nº 36


Herbário de Eunice Mendes
20/08/09

JABUTICABAS
(Folclore)

Um idoso cuidava de sua planta com carinho. Aproxima-se dele um jovem e pergunta:
- Que planta é essa que o senhor está cuidando?
- Ah! É uma jabuticabeira. – respondeu o homem.
- E ela demora quanto tempo para dar frutos?
- Pelo menos uns quinze anos. – informou ele.
- E o senhor espera viver tanto tempo assim? – perguntou com ironia o rapaz.
- Não, não creio que viva mais tanto tempo, pois já estou no fim da minha jornada. – disse o ancião.
- Então, que vantagem você leva com isso?
- Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas se todos pensassem como você...
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RELICÁRIO

Não importa o tamanho do sonho
O passado é sempre igual
E o futuro, uma interrogação.

Pois o sonho é pássaro em fuga
O passado é uma nuvem obscura
E o futuro, a vontade de criar um ninho.

Se o pássaro cantar, é vivo o sonho
Se o pássaro recordar, virá a tempestade
Se o futuro revelar, há outros pássaros no ninho.

ALINE LEAL
Jequié/BA
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antes das árvores
o verde era azul

NICOLAS BEHR
Brasília/DF
in: Iniciação a Dendrolatria
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FRASES:

"Amigo é a base quando falta o chão!"
MACHADO DE ASSIS – Escritor brasileiro

"Desconfie do destino e acredite em você."
FERNANDO PESSOA – Escritor português

"A poesia dilui na sua existência aquilo que lhe é estranho."
NOVALIS – Escritor alemão

"Cala-te primeiro se queres que os outros se calem."
SÊNECA – Filósofo e Poeta romano
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espero-te acesa
com um morango
entre os dentes
e
derramo-te
pequenas sementes
dentro do meu beijo
na dança das línguas
lânguidas serpentes
límpidas e inocentes
até que o fruto vermelho
irrompa o néctar docemente
beijando a flor
dos teus desejos
acesos

EUNICE MENDES
Santos/SP
in: Flores e Frutos
contato: walmordario@ig.com.br
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MENSAGEM:

"Desfralda as velas de teu barco e deixa que o vento de Deus lhe dê a direção."
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PEQUENO DICIONÁRIO ESPANHOL

Baleia: Ballena
Espelho: Espejo
Coador: Colador
Folha: Hoja
Lagartixa: Lagartija
Anel: Anillo
Estrela do Mar: Estrella de Mar
Polvo: Pulpo
Farol: Faro
Cueca: Caizoncillos
Saca-rolha: Sacacorchos
Caveira: Calavera
Ferro Elétrico: Prancha Eléctrica
Cachimbo: Pipa
Carimbo: Sello de Goma
Martelo: Martillo
Mulher Grávida: Embarazada
Pá: Pala

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CURIOSIDADE MUSICAL

No princípio da década de trinta,
Lamartine Babo mantinha correspondência
com uma jovem mineira chamada Nair,
residente na cidade de Dores de Boa Esperança.
Certo dia, ao visitar a cidade,
Lamartine veio a saber que, na verdade,
quem se correspondia com ele era um admirador seu,
o dentista Carlos Alves Neto,
que utilizava o pseudônimo de Nair,
nome de uma menina, sua sobrinha.
Segundo amigos, Lamartine ficou muito decepcionado.
Em homenagem à imaginada Nair,
Lamartine Babo compôs o samba-canção
Serra da Boa Esperança.
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1º DE MAIO
DIA MUNDIAL DO TRABALHO

As greves continuavam. A polícia disparou contra um grupo de operários em frente a fábrica McCormick Harvester, matando seis, ferindo 50 e com vários presos. August Spies convocou trabalhadores para uma concentração, com ambiente de revolta. Oradores se revesavam; Spies, Parsons e Sam Fieldem, pediram união e continuidade do movimento. Um grupo de 180 policiais atacaram manifestantes espancando-os e pisoteando-os. Houve um estouro de bomba no meio da polícia, com 60 feridos e vários mortos. Reforço policial foi pedido. Eles chegaram atirando para todos os lados. Centenas de pessoas morreram, inclusive mulheres e crianças.

(continua na próxima edição)
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ROSAS

Pobres rosas! no hastil já estão pendidas.
Queimou-as sem piedade o sol ardente...
Entre gotas de orvalho são nascidas
e morrem como as ilusões da gente...

Enquanto elas se esfolham ressequidas,
o perfume se evola docemente...
Perfume! Alma das flores fenecidas,
alma que como a nossa também sente.

E as pétalas, já mortas, são levadas
pelo vento, ao longo das estradas,
sob a angústia violácea do sol-poente.

Rosas que florescem todos os dias
sois efêmeras como as alegrias
que vêm florir o coração da gente.

SEVERINO PERYLLO DOLIVEIRA
(1898 – 1930)
João Pessoa/PB
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LIVROS DE EUNICE MENDES:

* Cerimônia das Flores – Valor: R$ 15,00
* Flores e Frutos – Valor: R$ 15,00
* Sino dos Ventos (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Lua na Janela (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Espaços do Vazio (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Nuvens de Sol – Valor: R$ 10,00
* Sonhares – Valor: R$ 15,00

Contato com Eunice Mendes:

walmordario@ig.com.br
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DAS COLETIVIDADES...

O povo e o seu poder.
Ideologias e Simbolismos.
Tristezas e Humilhações.
Quadro social.

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO
São Vicente/SP
in: Das
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O BLUES

(...)
Essencialmente o violão afinava-se com um acorde aberto e a melodia se tocava deslizando uma barra de metal acima e abaixo das cordas. Com este tipo de afinação, o cantor de blues podia tocar a melodia utilizando os tons alterados da escala vocal e conseguir um acompanhamento harmônico nas cordas inferiores. Esta foi a solução para um problema específico do blues que levou às diferentes afinações e estilos slide ou bottleneck * do blues moderno.
(...)

Por Samuel Charters
in: Mestres do Blues – Vol. I
(continua na próxima edição)
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* Bottleneck: "gargalo de garrafa". Técnica que consiste em deslizar pelas cordas do violão o gargalo de uma garrafa a fim de conseguir o efeito slide.
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ESPAÇO DO LEITOR

EM TORNO DA VIDA

A vida é esse vestir e desvestir-se,
esse comer, que logo se descome,
a Ânsia de saciar a eterna Fome
de ser, de ter, de compreender, de ir-se...
A vida é esse fechar-se e, logo, abrir-se,
esse mistério, que não há quem dome,
o desafio que nos manda: – Tome!
para, depois, de tudo desistir-se.
A vida vem, da ameba ao ser complexo,
desse Desejo, que se torna em sexo-
ego, que, pra viver, se reproduz...
Do elã desse molusco primitivo
ao ser humano, que quer ver-se vivo,
até que, um dia, se dissolve em luz!...

PAULO NUNES BATISTA
Anápolis/GO
in: Cinzas
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HAICAI

O dia desperta
no coro dos madrigais
canta o sabiá

HAZEL DE SÃO FRANCISCO
São Paulo/SP
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sexta-feira, 5 de março de 2010

ESCRITOS Nº 35

Herbário de Eunice Mendes
20/08/09

AS MIL E UMA NOITES

As narrativas das 1001 Noites, entre as quais incluem-se as Viagens de Simbad, Ali Babá e os Quarenta Ladrões e as Aventuras de Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, foram o artifício que a sultana Sherazade encontrou para salvar a própria vida. Jurada de morte pelo sultão Shariar, que andava desgostoso com as mulheres, por causa da traição de uma esposa anterior, Sherazade contava-lhe uma história a cada noite, deixando-a sempre em suspenso até a noite seguinte, adiando, assim, a própria execução. Ao final das 1001 noites, o sultão acaba apaixonado por Sherazade e, enfim, assume-a como legítima esposa.
_____________________

MENSAGENS:

* A vida é boa, basta ser simples e encarar a realidade sem inventar situações complicadas.
* Para explicarmos uma mentira entramos em um caminho sem volta que só traz mais complicações.
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AMPULHETA

as horas voam
e me perco
entre os ponteiros do relógio

no mar de sargaços
a eternidade tem pressa
enquanto o homem

nunca sabe esperar

LUIZ OTÁVIO OLIANI
Lins de Vasconcelos/RJ
in: Fora de Órbita
______________

FRAGMENTOS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Os povos envelheceram
enquanto a China dormia.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Uma vida. Um sonho. Um gato.

Fora do sonho
tudo é bagaço.

A mocidade precisa dormir.

ANDERSON DE ARAÚJO HORTA
(1906 – 1985)
Brasília/DF
in: Invenção do Espanto
Edições Galo Branco
___________________

o que as pessoas pensam
sempre acaba tendo um certo peso
quase nunca é certo
o que as pessoas pensam
mas a verdade transparece
quase sempre apenas no que parece
porque o lado inverso da verdade
é o mais fácil de ser visto
o mais prático, o mais previsto
e assim as pessoas são como vitrines
em que vemos nosso próprio reflexo
misturado aos objetos de desejo

EUNICE MENDES
Santos/SP
in: Cerimônia das Flores
Contato com a autora:
walmordario@ig.com.br
__________________

DAS MILITÂNCIAS...

A rosa na rua foi amassada
na pata do cavalo do policial...
Cassetetes, sangue, morte.
Restou apenas a esperança.

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO
São Vicente/SP
in: Das...
__________

DESEJOS

Quero sempre
colecionar o seu riso
nas asas do vento.
Desafiar
memória no tempo
nas teias dos seus olhos.
Andar
nos meus interiores
e rever as imagens mais iluminadas.
E na lenta
atravessia do silêncio
colecionar pedaços
de desejos.

LUIZ FERNANDES DA SILVA
João Pessoa/PB
________________

FRASES:

"Os anjos podem voar porque não levam nada a sério." - GILBERT KEITH CHESTERTON - Escritor inglês
"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te." - WILLIAM SHAKESPEARE - Escritor inglês
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1º DE MAIO
DIA MUNDIAL DO TRABALHO


Em 1886, na cidade de Chicago, houve uma enorme greve operária. A cidade não era apenas o centro da máfia e do crime organizado, mas também o centro do anarquismo da América do Norte, com importantes jornais operários como o Arbeiter Zeitung dirigido por August Spies e o Verboten dirigido por Michel Schwab. Os jornais patronais atacavam os operários chamando-os de cafajestes, preguiçosos, canalhas e que buscavam criar desordens. Foram criadas passeatas pacíficas compostas de trabalhadores, desempregados e familiares, que silenciaram momentaneamente essas críticas, embora com resultados trágicos. No alto dos prédios e nas esquinas havia a repressão policial, terminando em ardente comício.

(continua na próxima edição)
______________________

MEMÓRIAS DE MARÇO

Quando amanheço... leito manso e lento
Nesta manhã sob este sol silente
A cidade desperta calmamente
Ao meu olhar atônito e em tormento.

Uma canoa tangida pelo vento
Com as lembranças da última enchente
Em mim desliza e a cidade sente,
À margem, nos degraus, um leve alento.

Mas a tristeza morre neste instante
Quando, no Pontal, o Itacaiúnas
Vem, farto de canoas, desaguar...

Eu sou, portanto, este olhar brilhante
Cheio de lembranças, de botos, de buiúnas...
Que corre lento assim de encontro ao mar...

ABÍLIO PACHECO
Belém/PA
in: Mosaico Primevo
_______________


LIVROS DE EUNICE MENDES:

* Cerimônia das Flores – Valor: R$ 15,00
* Flores e Frutos – Valor: R$ 15,00
* Sino dos Ventos (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Lua na Janela (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Espaços do Vazio (Haicais) – Valor: R$ 10,00
* Nuvens de Sol – Valor: R$ 10,00
* Sonhares – Valor: R$ 15,00

Contato: Eunice Mendes:
walmordario@ig.com.br

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O BLUES

(...)
Quando canções como o holler ou os cantos do trabalho se interpretavam sem acompanhamento, utilizava-se a escala pentatônica, mas os instrumentos europeus que se utilizavam nas orquestras de jazz ou no acompanhamento do blues estavam construídos para tocar na escala diatônica. O blue notes eram claramente uma tentativa dos músicos afro-americanos de tocar o que cantavam.
(...)

Por Samuel Charters
in: Mestres do Blues – Vol. I
(continua na próxima edição)
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ESPAÇO DO LEITOR

PARTE

a minha outra
em ti guardada
anseia ser inteira
quando em mim
tocar a face tua
de meu corpo
habitada

ROSANE CARNEIRO
Rio de Janeiro/RJ
in: Corpo Estranho
Editora da Palavra
______________

ESTREGA

Na quentura sonolenta
da areia,
as águas se entregaram
molemente
e até o vento dormiu.

ADÉLIA MARIA WOELLNER
Piraquara/PR
in: Poemas para Amar
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HAICAI

Depois da chuva
sol na janela
pássaros cantando.

PAULO PEREIRA DE MELLO
Santa Maria/RS
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TROVA

O meu choro ninguém vê
e uma noite durará,
mas bem certo estou de que
logo o sol renascerá.

DEUSDEDIT ROCHA
Fortaleza/CE
in: Maria Madalena e outros poemas bíblicos


DICAS DE LEITURA

* CORPO ESTRANHO - ROSANE CARNEIRO
Editora da Palavra/2009.
* MARIA MADALENA e outros poemas bíblicos
DEUSDEDIT ROCHA.
* CINZAS: POESIA - PAULO NUNES BATISTA
Idéia/2008.
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sábado, 28 de novembro de 2009

ESCRITOS Nº 34

Herbário de Eunice Mendes
20/08/2009

VISITA DE MÉDICO

O velho Dr. Bento era boa criatura, benquisto por todos na pequena cidade. Meio desocupado, gozava de modesto ócio com dignidade, e só tinha um defeito: a mania de fazer visitas. Desde que levantava, bem cedo para ter mais tempo de não fazer nada, dedicava-se à ocupação favorita. Eram visitas rápidas, dessas de médico (quando ainda faziam), entrando por uma porta e saindo por outra. Numa casa engolia o cafezinho, na outra sugava a bomba do mate, na terceira enrolava um cigarrinho. Assim, no correr do dia, eram muitas as visitas feitas, nos lugares mais diferentes e inesperados da cidadezinha.
Tinha, é claro, as casas preferidas, onde aparecia todos os dias. "Ia assinar o ponto" – dizia, bem humorado. Uma de suas vítimas era o Orly Tabelião, onde comparecia diariamente, sem falta, nos momentos mais impróprios.
Cansado daquilo, Orly arquitetou um plano e, numa manhã ensolarada, antes que o velho charlatão fosse para a rua, bateu à porta do casarão onde morava. Surpreso, o Dr. Bento recebeu o visitante com cara cheia de curiosidade, o sorriso forçado aflorando nos lábios. Orly foi entrando, pediu licença para tirar o casaco e colocou sobre a mesa o pacotinho que trazia. Refestelou-se na poltrona mais próxima, esticou as pernas e principiou uma conversa que prometia ser longa.
E assim foi.
Orly Tabelião esmerou-se em descobrir assuntos. Diante do anfitrião desconcertado, fez as perguntas de praxe sobre a saúde e a família, comentou as safras e os preços, rezingou contra a carestia, lembrou os mortos mais recentes e os negócios mais falados. Depois, - sem deixar o outro dizer a, - resvalou para a política municipal, com incursões pela história, desde a República Velha, a campanha pelo voto secreto, os golpes e contragolpes, até a eleição do atual prefeito.
Desconfiado e incrédulo, Dr. Bento não sabia o que fazer. Com olhares ressabiados ao pacotinho largado sobre a mesa, servia chimarrão e escutava, escutava.
Chegada a hora do almoço, o dono da casa não teve jeito e convidou a visita para passar à sala de refeições. Sempre falante, ágil como nunca, Orly não se fez de rogado. Comeu, repetiu, elogiou. Como amigo da casa, até reclamou do cafezinho.
Voltaram às poltronas.
Orly falava, o tempo se arrastava. Dr. Bento cochilava. E ouvia.
A tarde avançava, pesada, quente. Inquieto, o dono da casa mandou servir mais café e reiniciou o mate. Alguns sons estranhos invadiam a sala, enquanto o monólogo posseguia. Desiludido de participar da conversa, Bento se conformou, enterrado na poltrona.
Orly agora abordava a situação internacional, revelando sua preocupação com os conflitos do Oriente Médio.
Até que veio o jantar e depois mais café e mais chimarrão...
Orly Tabelião falava.
Quando a noite se fechou, a sala foi tomada pelo silêncio, os movimentos cessaram nas dependências da casa. A visita reclamou alguma bebida e Bento mandou servir cerveja.
Reanimado, o Tabelião achou novos assuntos.
Nenhum deles agüentava mais. O chimarrão foi encostado, copos e xícaras ficaram largados na mesinha. Tardava a noite, a cidade dormia.
Orly Tabelião fez afinal uma pausa. Levantou e deu alguns passos pela sala. Ansioso, Bento esperava que ele se despedisse.
A visita olhou o relógio.
"É tarde, Bento, muito tarde. Está na hora de dormir."
Em seguida, apanhando o pacotinho da mesa, completou:
"Mande arrumar a cama que eu já trouxe aqui o meu pijama..."
_______________________________________________________
Nunca mais Orly Tabelião recebeu a visita do Dr. Bento. Quando se encontravam na rua o velho médico se limitava a rápido aceno de saudação.

ENÉAS ATHANÁZIO
Balneário Camboriú/SC
in: Jornal do Enéas nº 22
___________________

do meu lado
só Deus
fica acordado

lá fora
nem os sinos
tocam mais

nem os cães
ladram ao longe
nem o trotar
das charretes
atravessa a noite

tudo é silêncio
tudo é austero
não há sinais

parece que a vida
dorme sem sonhos

EUNICE MENDES
Santos/SP
in: Cerimônia das Flores
Contato com a autora:
e-mail: walmordario@ig.com.br
________________________

DAS CARÍCIAS...

Minha mão percorre teu corpo
como água seguindo o rio.
Encontrando emoções.
Encontrando sentimentos.

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO
São Vicente/SP
in: Das...
________

TROVA

Para preservar amores,
guarde um carinhoso afã:
deslize por entre as flores,
como o orvalho da manhã!

FERNANDO VASCONCELOS
Ponta Grossa/PR
in: Gotinhas de Orvalho
__________________

BIOGRAFIA

TERÊNCIO - Publio Terêncio Afer (185a.C.? - 159a.C).

Nasceu na África, vendido como escravo ao senador Terêncio Lucano,
que lhe deu educação e, algum tempo depois, a alforria.
Composta por seis comédias, a obra de Terêncio,
escritas em verso, resistiu a ação do tempo.
São elas: Andria, Hécira, Heautontimoroumenos,
O Eunuco, Formião, Os Adelfos.
_____________________________

1º DE MAIO
DIA MUNDIAL DO TRABALHO

Surgiram campanhas e mobilizações para maiores salários
e redução de jornada de trabalho.
Explodiram greves em todo mundo industrializado.
Chicago era considerado
um dos principais pólos industrializados norte-americanos,
um dos grandes centros sindicais.
Duas grandes organizações lideravam os trabalhadores:
a AFL (Federação Americana de Trabalho)
e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho).
Essas organizações eram compostas principalmente
por trabalhadores de tendências políticas socialistas,
anarquistas e social-democratas.

(continua na próxima edição)
_______________________

CONQUISTAS AMOROSAS

Na minha mocidade tive um amigo metido a conquistador. E só conquistava mulheres bonitas.
A primeira mulher que virou sua cabeça, foi uma loura encantadora. Chamava-se Creusa. Apaixonou-se até pelo nome... Ela nada queria com ele. Cativou-a devagarinho e terminou conseguindo lugar em seu coração. Tornou-se sua esposa. Conviveram dezesseis anos. Depois dela, várias entraram em seu viver.
Mesmo assim, apesar de tantas, jamais pode entendê-las. Dizia:
- São difíceis de ser compreendidas.
A mais recente conquista deu-se há alguns dias atrás.
Casada. Dois filhos. O marido trocou-a por outra. Inconformada, aqui, acolá, chorava pelos cantos da casa tão vazia!
Encontrou-a telefonando.
- Procurando conversar com o marido?
Ela simulou sorrindo. Respondeu silenciosa, apenas fazendo careta.
Ficou dando em cima dela. Botou toda a sedução nela. Foi a mais dura de derrubar.
No dia em que ela estava se chegando, convidou-a para um encontro. Somente não levou um tapa do rosto porque usou da destreza possuidora.
- Olha, estás me achando rapariga? Pensas que por ter sido traída pelo meu marido, eu também vou traí-lo? Estás quadradamente enganado, seu...
Três dias depois, ele recebeu de um garoto, um bilhete dizendo assim:
"Amanhã estarei te esperando às nove horas, em frente ao Correio. Em casa não dá. A vizinhança pode descobrir. Te amo. Tânia."

JOÃO BATISTA SERRA
Caucaia/CE
in: O Patusco nº 88
_______________

FRASES DE VOLTAIRE:

* Um dos méritos da poesia, que muita gente não percebe, é que ela diz mais que a prosa e em menos palavras que a prosa.
* Todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo.
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O BLUES

(...)
O "sentimento" harmônico do blues, e de quase toda a música afro-americana, talvez se remonte também a estas raízes. Houve nos primeiros anos de pesquisa sobre o jazz e o blues, um considerável interesse no que se denominou blue notes. Estas eram as notas da escala européia, normalmente a terceira e a sétima, que no blues e no jazz se cantavam e tocavam freqüentemente com um aumento ou descida de tom.
(...)

Por Samuel Charters
in: Mestres do Blues – Vol. I
(continua na próxima edição)
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ESPAÇO DO LEITOR

AO SOM DO MAR

Movimentos
sonoros
embalam
sentimentos

lembram
acordes da alma
na ponta dos dedos

Mãos ou gaivotas
teclado ou firmamento?

Elevam
em asas
ao voo real
dos mistérios
do mar
aos mistérios
do amar.

NEIVA ROSSO DA ROSA PERES
Santa Maria/RS
in: O Ímã da Retina
_________________

MEU PAI

Homem do campo
bandeirante anônimo,
raiz, pedra, chão
por tal esforço erguido
alto, bem alto
quem sabe elevou-se a Deus,
quem sabe?
De um trabalho árduo
de uma paixão dedicada
surge a terra.
Panorama
menina dos olhos seus,
dama,
Ah, recanto de água mansa
aprazível Fazenda
fantasia de criança!
Homem do campo
bandeirante anônimo,
raiz, pedra, chão.

MARIA JOSÉ MENEZES
Vitória/ES
__________

Clima de inverno.
Idéias frias...
Poema letal.

CECÍLIA FIDELLI
Itanhaém/SP
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DICAS DE LEITURA:

UMA ESTRELA NO AZUL - poemas - Aparecida Mariano de Barros - Ed. In House - 2009. Com 18 livros publicados, Aparecida Mariano nos brinda com este novo volume de seus singelos poemas, haicais e trovas. Linguagem simples e cativante vai encantar os amantes da poesia.

SONETO ANTIGO - poemas - Anderson Braga Horta - Ed. Thesaurus - 2009. O renomado poeta Anderson Braga Horta reúne sonetos solares, românticos, visionários, graves, gaios, de céu e inferno, de acordo com sua sugestiva nomenclatura. Escritos entre 1950 e 2000, os sonetos apresentam dedicado esmero de um dos grandes poetas deste país.
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INFORMAÇÃO IMPORTANTE:

Aceitamos colaborações de poemas e/ou pequenos textos em prosa, que poderão vir a ser publicados se estiverem de acordo com o perfil da nossa linha editorial.
Os textos aqui publicados são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
O fanzine impresso pode ser adquirido pelo custo simbólico de R$ 2,00.
Assinatura Anual: R$ 10,00.
Maiores informações entre em contato com o editor:
Walmor Dario Santos Colmenero
Endereço Postal: Pça Nossa Senhora das Graças, 76 apto. 11
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domingo, 13 de setembro de 2009

ESCRITOS Nº 33


POEMAS DE TU FU

Não me tragam mais flores, mas ramos de cipreste, onde mergulharei meu rosto!

Quando o sol desaparece detrás das montanhas, ponho o meu traje azul, de mangas leves, e vou dormir entre os bambus que ela amava.

Minha barca desliza rápida. Contemplo o rio. Há nuvens passando pelo céu.

A água é também uma noite clara. Quando uma nuvem escorrega por cima da lua, vejo-a escorregar no rio e parece-me que vago em pleno céu.

Penso em minha amada, que se reflete assim no meu coração.
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Se eu estivesse convosco, senhor, lá longe, entre os vossos camaradas, talvez a vossa coragem diminuísse.

Levei muitos meses a tecer meus vestidos de fino pano, em vossa homenagem. Sem dúvida, nunca os vestirei.

Renunciei às jóias, às pinturas. Renunciei às flores. Mas contemplo os pássaros que voam aos pares e invejo-os.

Ó meu esposo, quando se poderão encontrar os nossos olhares?
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Esperamos pelo crepúsculo para passearmos de barco. Uma leve brisa encrespa a água azul e embala os nenúfares. Pelas margens, por onde chovem flores de cerejeira, avistamos ternos passeantes.

Meus galantes amigos preparam bebidas geladas. As belas moças cheiram glicínias brancas.

Olho para uma nuvem que paira por cima de nós. Vamos ter chuva. E eu comporei alguns versos sobre a inconstância da felicidade.

TU FU
Poeta Chinês, nasceu em Tu-ling, Chen-si em 712 e faleceu provavelmente em Tanchow, no Kwangsi Chuang em 770. De família de intelectuais, tomou gosto por viagens, travando conhecimento com o poeta Li Tai Po, de quem se tornaria amigo. Tornou-se um dos maiores portas da China, preocupando-se com os problemas do seu tempo. Sua obra é dividida em quatro fases: primeira e segunda, abordam problemas políticos – terceira, o drama da guerra – a última, as viagens na velhice, relembrando a mocidade, os amigos e os tempos vividos. Sendo chamado pelos chineses de "poeta sagrado", era mestre da métrica chamada "regulada", em sete palavras (liu-chi). Suas obras completas tiveram dezenas de edições.
______________________

você faz o real adormecer
como um menino
e despertar sorrindo.
teu peito
é ninho de passarinho
amor-perfeito
beijo de colibri
um poema feito
em forma de vida
em sonho de amor

você é o meu real desfeito
em sonho ideal refeito
minha utopia vencida
alquimia
poesia traduzida
quimera invertida
vida que ressuscita
flor interna
que se desdobra
e desabrocha
em primavera definitiva.

EUNICE MENDES
Santos/SP
in: Flores e Frutos
Contato com a autora:
e-mail: walmordario@ig.com.br
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DAS SOLIDÕES...

Uma sala vazia.
Uma vida abstrata.
Um poema inacabado.
Um quê que falta.

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO
São Vicente/SP
in: Das...
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POEMETO II

A cidade muda a face
como a face muda
em nós.

Mas a cidade é pedra;
nós, giz.

LARÍ FRANCESCHETTO
Veranópolis/RS
in: Espelho das Águas
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GALÍCIA

enquadrar o cinza de Vigo
sob a chuva de julho: aqui uma escada
adiante a fortificação
de repente uma parede
e a frase Galiza nom tem reys

entrar no A Curuxa
num dos múltiplos becos
apenas por entrar

embriagar os olhos
com a ria de Vigo
no verão do Atlântico norte

cruzar uma cidade em obras
com mãos que folheiam mapas
e boca que soletra nomes de ruas
— a de Rosalía de Castro
poeta do 19
acima à esquerda

ver no mastro da capitania
em amarelo e vermelho
a bandeira que usurpa
o vento galego

mais que uma canção medieval
memorizada há tempos
Vigo é hoje uma sequência
no cartão de memória
da câmera digital

SÉRGIO BERNARDO
Nova Friburgo/RJ
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NÁUTICA

A Olga Savary

navego
em tua essência

mergulho nos seixos
que te habitam
mas não naufrago

o mar nos pertence

LUIZ OTÁVIO OLIANI
Lins de Vasconcelos/RJ
in: Espiral
_________

POEMA

Nossos ancestrais
Oprimidos
Nos deixaram
Essa docilidade
Inútil

DJANIRA PIO
São Paulo/SP
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PROVÉRBIO ZEN:

"O homem de bem, exige tudo de si próprio; O homem medíocre, espera tudo dos outros."
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1º DE MAIO - DIA MUNDIAL DO TRABALHO

Em memória aos mártires e às reivindicações de 1886, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho. No MPC – Modo de Produção Capitalista era comum a prática selvagem, buscava-se a extração da mais-valia, baixos salários, comprometendo a saúde física e mental dos trabalhadores, com jornadas de trabalho de até 17 horas diárias, sendo comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Os trabalhadores inventavam tipos de organização: caixas de auxílio mútuo que futuramente se tornariam os sindicatos.

(continua na próxima edição)
______________________

PANDORGA, PAPAGAIO, PIPA

Pandorga!
Ela sempre era
A estrela diurna.

Distância de minha infância.

Tempo de vento
Desejo amadurecido
Já era primavera
E o céu ficava colorido.

Amarelo, azul, verde e vermelho.

Papel de seda
Preso em varetas,
Com grude de farinha
Ou goma arábica.
Na armação feita de taquara bambu.

A cauda era tiras de pano que estavam no baú.
Linha 16 marca corrente.

Eu não podia empinar
Era criança deficiente
Meu irmão sempre me dava uma mão
Ele era excelente.

Me sentia subindo junto a pandorga
Ficava no alto – ficava isolado
Ela dançava conforme a brisa
Dançavam juntos meus olhos
Dançavam minhas mãos
Sustentando o vento que batia.

Ficava feliz vendo todas no alto
Nunca combatia
Nunca fui "caçador de pipa".

CARLOS CASSEL
Caçapava do Sul/RS
_______________

FRASES:

"De que adianta você ter esta alma colada aos ossos dessa carne errada? Sem o risco, a vida não vale a pena." - GOETHE (Escritor alemão)
"O gênio, em geral, é poético." - NOVALIS (Poeta e Pensador alemão)
_________________

MENSAGENS:

"Nada melhor do que a sinceridade para melhorar as nossas relações."
"Quando falamos a verdade vivemos bem melhor."
"As desculpas e mentiras só nos causam problemas."
______________


O BLUES

(...)
Uma das características mais usadas no blues é o mesmo tipo de acento flutuante, apesar da regularidade do ritmo de acompanhamento. O violão normalmente segue o modelo do acorde com um compasso regular. A voz começa pelo menos um compasso e, algumas vezes, até três compassos antes de que varie o acorde. Este tipo de antecipação pode-se identificar nas zonas de blues rural. A antecipação proporciona ao blues algo do "flutuar" das interpretações dos griots.
(...)

Por Samuel Charters
in: Mestres do Blues – Vol. I
(continua na próxima edição)
_____________________

ESPAÇO DO LEITOR

MATEMÁTICA DA VIDA

Adiciona carinho e amor fraterno
Diminui o egoísmo e a ambição na tua vida
E encontrarás a sonhada felicidade
Que julgavas estar perdida!

Divide as alegrias com teu semelhante
Multiplica o bem-querer e a esperança
Serás muito feliz em tua vida
Se tiveres fraternidade, amor e paz na tua lembrança!

ANTONIO PEREIRA MELLO
Santa Maria/RS
in: Seara de Versos
_______________

HAICAI

Pétalas de flores
na rede do pescador
Mar de Primavera.

HAZEL DE SÃO FRANCISCO
São Paulo/SP
___________

A LUA

No céu da boca
A lua imensa
Pura insana
Na negra
Imensa noite
Tão lua
Tão nua
Amarrotada
Em lençóis de cetim
E em camas
De nuvens densas
Desnuda
Segredos abissais.

ADÃO WONS
Cotiporã/RS
__________

TROVA

Quisera poder pintar
com nuances do arrebol
a mãe num fulgente altar,
ao lado do pôr-do-sol.

HENNY KROPF
Cantagalo/RJ

DICAS DE LEITURA:

ANTOLOGIA MENINOS ME (Mulheres Emergentes) - poesia e prosa - org. Tânia Diniz - Edições Alternativas - BH/MG - 2009. Tânia Diniz, idealizadora dos projetos Mulheres Emergentes (ME) apresenta esta excelente coletânea dedicada, desta vez, aos homens. Numa homenagem a todos aqueles que sempre incentivaram seu trabalho de estímulo e propagação das artes. Vários estilos de leitura de boa qualidade.
Confira: http://mulheresemergentes.blogspot.com/

LIVROS DE EUNICE MENDES:

* Cerimônia das Flores – Valor: R$ 15,00
* Flores e Frutos – Valor: R$ 15,00
* Sino dos Ventos (Haikais) – Valor: R$ 10,00
* Lua na Janela (Haikais) – Valor: R$ 10,00
* Espaços do Vazio (Haikais) – Valor: R$ 10,00
* Nuvens de Sol – Valor: R$ 10,00
* Sonhares – Valor: R$ 15,00

Contato: Eunice Mendes
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LIVROS DE
WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO:


* Poemas Bluseiros – Valor: R$ 8,00
* Um Poeta na Itália – Valor: R$ 8,00
* A Multiplicação do Nada – Valor: R$ 8,00
* Das... – Valor: R$ 8,00

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sábado, 18 de julho de 2009

ESCRITOS Nº 32

A PARTEIRA

A velha Emerenciana, não tão velha assim na época, esperava o décimo rebento. E Tio Lulu comentava com o pai, o compadre Querêncio:
- A Bigúvia vai mandar algumas roupinhas.
Ao que o compadre Querêncio retrucava:
- Não precisa. É só uma vez por ano...
E chegou o tão esperado dia. Nas primeiras dores da mulher, Querêncio encilhou o pangaré e, na passagem, parou na casa do compadre Lulu.
- É pra hoje - falou. Vou buscar a parteira.
- Vou junto - falou o outro.
E lá se foram estrada afora, proseando. Era um sábado, à noitinha.
Percorridos alguns quilômetros - as parteiras, lá nos perdidos rincões, nem sempre moram perto, - já ouviram, alegrando o pampa, um ronco da cordeona numa bailante próxima. Nem precisaram combinar. Os matungos dirigiram-se, quase que instintivamente, para o fandango.
- Vamos só dar uma olhada - falou Tio Lulu.
- Não podemos demorar... muito - falou o outro.
Cinco da manhã, dia clareando, seguiram viagem já esquecidos da tarefa. Lá pelas tantas, um grande ajuntamento. Carreira em cancha reta. A programação para o domingo estava feita. Segunda tinha marcação do gado numa fazenda próxima e rolaria um churrasco macanudo. Acabaram arranjando trabalho por alguns dias. Dez, para ser mais exato. Depois veio o açude, para o qual o proprietário precisava reforçar a taipa. E lá estavam os dois novamente, carregando sacos de plástico cheios de terra, para ganhar alguns cobres. A filha do dono era de tirar o chapéu. Vez por outra ia até o açude levar água ou alguma comida. E a dupla ali, babando, esquecida da vida... Depois seguiram adiante, parando aqui e ali, um mundão sem porteiras.
Nessa brincadeira toda, o tempo não parava. Até que certo dia:
- Querêncio! E a parteira?
- Puxa vida! Esqueci. Barbaridade! Vamos lá.
Para encurtar o causo, quando chegaram em casa, o piá completava dois meses. Já queria até engrolar algum papo. A parteira? Claro que veio. E, para não perder a viagem, convidada para madrinha.

ALCIONE SORTICA
Porto Alegre/RS
in: Série "Beira de Açude"
____________________

PROVÉRBIOS:

* A hora mais escura é a que precede o amanhecer. (irlandês)
* Não são as ervas daninhas que matam a boa semente, mas a negligência do camponês. (zen)
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o que as pessoas pensam
sempre acaba tendo um certo peso
quase nunca é certo
o que as pessoas pensam
mas a verdade transparece
quase sempre apenas no que parece
porque o lado inverso da verdade
é o mais fácil de ser visto
o mais prático, o mais previsto
e assim as pessoas são como vitrines
em que vemos nosso próprio reflexo
misturado aos objetos de desejo

EUNICE MENDES
Santos/SP
in: Cerimônia das Flores
Contato com a autora:
e-mail: walmordario@ig.com.br
________________________

DAS SALIÊNCIAS...

Criou-se em mim
uma onda de prazer e alegria.
As coisas criadas o seu olhar me trouxe,
era o amor chegando.

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO
São Vicente/SP
in: Das...
_______

IDENTIDADE

Pássaros casas
pássaros asas
pássaros cantam
pássaros passam,
o que há de tão igual
em mim?

LARÍ FRANCESCHETTO
Veranópolis/RS
in: Espelho das Águas
_________________

TEMPO & INFÂNCIA

Quanto à infância
foi muito normal:
somente o que estava
ao redor, envelhecia.

JOSE RONALDO VIEGA ALVES
Sant’Ana do Livramento/RS
in: Natureza Móbile
_______________

FRASES:

"Se quer ser amado, ame."
SÊNECA
(Filósofo e Poeta romano)

"O Futuro não será mais o que era."
"Que seria de nós
sem o socorro das coisas que não existem?"
PAUL VALERY
(Poeta francês)


1º DE MAIO - DIA MUNDIAL DO TRABALHO

Criado em 1889 por um Congresso Socialista em París, o Dia Mundial do Trabalho teve a data escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Milhões de trabalhadores saíram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas que sofriam, querendo a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.
Houve naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos na cidade. Em represália, aconteceram prisões, pessoas feridas e até mesmo mortas nos confrontos entre os operários e a polícia.

(continua na próxima edição)
______________________

VOCÁBULOS PRÉ-LATINOS

* Fenícios e Cartagineses: suco, mapa, barca.
* Gregos: bolsa, cara, cola, governar, filosofia,
academia, liceu, hora, relógio, alfabeto, teatro,
anjo, apóstolo, bíblia, crisma, diocese.

VOCÁBULOS LATINOS

* Populares: mácula, malha.
* Eruditos: solitário.
________________________

DIA NASCENDO EM TEUS OLHOS

Dormes na tarde breve. Do céu, ave
de plumagem de treva, o vôo etéreo
pousa a noite na terra. E leve, suave,
choca os ovos gorados do mistério.

No leito em que tu dormes, um sidéreo
clarão, que vem de ti, abranda o grave
negror do quarto – este meu céu cinéreo...
E tu brilhas no céu como uma nave!

Ouço o rumor da treva que desliza,
solilóquio da sombra ardendo agora
por vir beber do anelo teu a brisa.

E eu bebo-a, em matinal, branca alegria,
e é noite ainda, sem luar, lá fora,
enquanto nos teus olhos já é dia.

ANDERSON BRAGA HORTA
Brasília/DF
in: 50 Poemas Escolhidos pelo Autor
Edições Galo Branco
_______________

CURIOSIDADE:

Por que a laranja chama laranja e o limão não chama verde?
Laranja vem do árabe "narandja" e o limão vem do persa "laimum". São de origens diferentes.
_________________

O BLUES

(...)
Existem elementos no blues que podem ser encontrados nos diferentes estilos das canções africanas – o timbre vocal, uma certa ambigüidade na harmonia e uma série do que se podiam chamar "modos" rítmicos – ainda que as influências são muito pouco perceptíveis e sutis. A forma mesma do blues, a estrofe com o modelo harmônico repetido, não tem relação com os estilos melódicos dos griots da África do Sul, nem mesmo hoje em dia.
(...)
Por Samuel Charters
in: Mestres do Blues – Vol. I
(continua na próxima edição)
______________________

ESPAÇO DO LEITOR

VISIONÁRIO

Morreram as rosas que plantei
E por elas enamorado
Toda a vida assim fiquei
Escravo de mim, um sonho tombado.

Viver é lutar com a realidade
É ver morrer o amor
É deitar com a saudade
Em um eterno leito de dor.

Outrora o amor me teve
Causando-me grande amargura
Que Deus de mim o amor leve
Deixando apenas ternura.

SERGIO SAGGARD
Bayeux/PB
__________

TROVA

Tristezas - todos sentimos
vendo a flor despetalar,
nos abraços que não vimos
das pétalas a murchar.

HENNY KROPF
Cantagalo/RJ
____________

BRINCANDO COM PALAVRAS

Parto e reparto
Em vários pedaços
De fato é fácil
A partir de agora
Vamos fazer um trato
Amor em pedaços.

HAZEL DE SÃO FRANCISCO
São Paulo/SP
__________

TROVA

Procure não se importar
com alguém a sua frente.
Carrossel pode rodar,
tornar tudo diferente.

APARECIDA MARIANO DE BARROS
Jundiaí/SP
in: Chuva sobre o Canavial

DICAS DE LEITURA:

MEU NOME ERA SUZANA - romance - Djanira Pio - Scortecci - 2009. Este volume completa a trilogia de A Cidade dos Sonhos e Um Canteiro de Margaridas, quando as protagonistas, meninas sonhadoras, tornam-se mulheres maduras em busca do sentido. Narrativa, suave, sutil e delicada, característica da autora.

FLORAIS - haicais e tercetos - Humberto Del Maestro - 2009. Neste livro, o autor já consagrado por sua poesia, apresenta delicados tercetos e haicais com temas referentes a árvores, flores, frutos e plantas agrestes. Quem ama a natureza vai se sentir num delicioso jardim.

ESPIRAL - poesia - Luiz Otávio Oliani - Editora da Palavra - 2009. Neste segundo livro solo, Luiz Otávio Oliani apresenta poemas densos, cuidadosamente precisos, enxutos e profundos. Poesia depurada, plena. Para quem aprecia força e vitalidade, a leitura de Espiral vai deixar a alma mais poética!

LIVROS DE EUNICE MENDES:

*Cerimônia das Flores – Valor: R$ 15,00
*Flores e Frutos – Valor: R$ 15,00
*Sino dos Ventos (Haikais) – Valor: R$ 5,00
*Lua na Janela (Haikais) – Valor: R$ 5,00
*Espaços do Vazio (Haikais) – Valor: R$ 5,00
*Nuvens de Sol – Valor: R$ 10,00
*Sonhares – Valor: R$ 15,00

Contato: Eunice Mendes
e-mail: walmordario@ig.com.br

LIVROS DE WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO:

*Poemas Bluseiros – Valor: R$ 5,00
*Um Poeta na Itália – Valor: R$ 5,00
*A Multiplicação do Nada – Valor: R$ 5,00
*Das... – Valor: R$ 5,00

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Aceitamos colaborações de poemas e/ou pequenos textos em prosa,
que poderão vir a ser publicados
se estiverem de acordo com o perfil da nossa linha editorial.
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são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
O fanzine impresso pode ser adquirido
pelo custo simbólico de R$ 2,00.
Assinatura Anual: R$ 10,00.
Maiores informações entre em contato com o editor:
Walmor Dario Santos Colmenero
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CEP.: 11390-090 Vila Valença - São Vicente/SP
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domingo, 10 de maio de 2009

ESCRITOS Nº 31

O SENTIDO DO TRÂNSITO

Está escuro quando acordo,
o bairro todo ainda dorme.

Tomo os remédios tantos,
visto-me e procuro um canto

para ler esperando a luz
de uma manhã talvez azul.

Os primeiros carros sobem
a longa ladeira onde moro,

sobem rápidos, furiosos,
não perder nunca a hora.

No começo, são bem raros,
depois a avalanche de carros

subindo o morro residencial,
num sentido anti-horário.

Continuo lendo na poltrona
de onde ainda posso ver a rua.

Nesta hora, descem conversando
as empregadas – sonhos suburbanos

são claros e elas riem, inocentes.
Na minha rua não há ônibus,

todos com carro e com insônia.
A empregada chega, tem a chave

da porta da frente, abre as janelas
e o dia coletivo e ruidoso começa.

Eu continuo lendo, atento a tudo.
A família toma o café da manhã;

estamos agora comendo frutas,
emagrecem e ajudam a digestão.

Minha empregada come pão
e bebe café com muito açúcar.

Saíamos para caminhar, subindo
a ladeira que cansa as panturrilhas.

Os estudantes de uma escola pública
chegam com seus uniformes azuis.

Há beijos doídos em frente ao portão,
beijos talvez com gosto de pão.

Na volta, freando nossos passos,
descemos rumo ao fundo do vale

onde, imprevidente, plantei a casa.
Passo a manhã lendo e escrevendo

na biblioteca isolada no quintal.
O barulho de carro se faz longe,

ouço pássaros cantando e sonho
com um mundo sem telefones.

Na hora do almoço, cresce o som
de carros que agora descem soltos

a ladeira imensa em que moro.
E eu em meu mundo me esforço

para prestar atenção no romance,
no poema que estou compondo.

O barulho dos carros, pais chegando,
mães que se dirigiram ao mercado

em busca da mistura do almoço.
Sons de carro, pequeno alvoroço

no dia de silêncio e letras em trânsito.
Então bebo minha cerveja e como

o que me é servido talvez por engano.
Depois durmo até o meio da tarde.

A mulher levará a filha à escola
e ficará pelo centro da cidade.

Mas antes de dormir ouço os carros:
partem para o escritório, a fábrica,

enquanto vivo de juntar palavras,
indústria velha de produzir o nada.

O barulho dos carros ferozes
na longa ladeira que nos isola

do resto da cidade cheia de lojas,
o barulho continua em meu sonho.

Não tem fim, é rumor de obras,
rumor de águas que se chocam,

vencendo pedras no rio corrente.
É o barulho de minha demência.

Cansado, acordo quando já não há
carreatas de cidadãos dedicados

ao progresso, com o perdão do termo.
Eu acordo na tarde em que o tempo

volta a ser meu. As palavras fremem
iguais cigarras no verão breve.

Volto à faina obscura de poeta,
e leio algumas páginas de estética.

Não há carros na rua, não há vozes,
sou o dono desta parcela do dia,

que me leva à noite que se aproxima.
Quando voltam os carros, carregando

o cansaço do dia, estou no banho.
Faço a barba, sob o chuveiro quente,

depois de um ritual de higiene.
Já vestido, junto livros e delírios,

como um sanduíche de pão sírio,
vou à garagem de portas manuais

e saio em meu automóvel popular.
Ele escala o morro numa primeira,

lentamente, sem nenhum alarde.
A rua quieta na noite do bairro.

As tevês ligadas nos mesmos canais,
os homens tiraram gravatas indóceis,

as mulheres vestiram roupas folgadas,
vou em meu carro, cortando a noite,

para minhas aulas na universidade.
Encontro putas, travestis e bêbados.

Fazemos parte do mesmo contingente,
vivendo nossa vocação em segredo.

Ou melhor dizendo: no degredo.
Amanhã, amanhã acordarei cedo.

MIGUEL SANCHES NETO
Ponta Grossa/PR
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dois copos de vidro
de boca para baixo
sobre a mesa da copa
três colheres de café
na borda da bandeja
sobre a mesa da copa
uma caneca de café
sobre um pires de xícara
sobre a mesa da copa
um pote de açúcar
e uma garrafa térmica
sobre a bandeja amarela
sobre a mesa da copa
o saco de pão amassado
ao lado da margarina
sobre a mesa da copa
os meus olhos repousados
na estamparia florida
brincam sobre a toalha
sobre a mesa da copa

EUNICE MENDES
Santos/SP
in: Cerimônia das Flores
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DAS COLETIVIDADES...

O povo e o seu poder.
Ideologias e Simbolismos.
Tristezas e Humilhações.
Quadro social.

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO
São Vicente/SP
in: Das...
________________

MENSAGENS:

* Conseqüências funestas surgirão para os que têm ira no coração.
* Quem se julga poderoso nada sabe sobre o dia de amanhã e menos ainda sobre o tempo.
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O BLUES

(...)
Algumas das composições que se gravaram como blues eram baladas populares, canções para crianças ou ragtime country. Somente quando a indústria fonográfica do blues ficou mais sofisticada é que o material ficou mais sofisticada é que o material assumiu uniformidade. É importante recordar também que as gravações efetuadas no sul estavam supervisadas por um grupo de homens brancos, diretores artísticos, que trabalhavam para companhias de discos...
(...)

Por Samuel Charters
in: Mestres do Blues – Vol. I
(continua na próxima edição)
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ESPAÇO DO LEITOR

CANÇÃO DISSONANTE PARA QUEM
NÃO QUER SABER DE POESIA

Escrevinho um labirinto mal traçado
Onde somente eu conheço ou invento a saída
O labirinto é meu
Posso dizer que tem milhares de saídas
Quem quiser saía pelo teto como pássaro
Ou galinha.

JEAN NARCISO BISPO MOURA
Itaquaquecetuba/SP
in: Excursão Incógnita
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Não devo
Desesperar-me
Enquanto
Eu estiver comigo
Não estarei sozinha.

DJANIRA PIO
São Paulo/SP
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MARCAS

O passado está presente
Não nas coisas que passaram,
Mas naquelas que realmente
As nossas vidas marcaram.

ZINEY SANTOS MOREIRA
Ribeirão Preto/SP
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OUTRO SONHADOR

Outro
sonhador idiota.
Outro
sonhador sem chão.
Outro
sonhador no precipício.

LUIZ BALTHAZAR
Barbacena/MG
in: Sombras
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LIVROS DE EUNICE MENDES:

* Cerimônia das Flores
* Flores e Frutos
* Sonhares

Valor: R$ 15,00 (cada)

* Sino dos Ventos (Haikais)
* Lua na Janela (Haikais)
* Espaços do Vazio (Haikais)

Valor: R$ 5,00 (cada)

* Nuvens de Sol

Valor: R$ 10,00
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LIVROS DE WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO

* Poemas Bluseiros
* Um Poeta na Itália
* A Multiplicação do Nada
* Memórias

Valor: R$ 5,00 (cada)

Contatos: Eunice e Walmor
e-mail:
walmordario@ig.com.br
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AVISO IMPORTANTE

Aceitamos colaborações de poemas e/ou pequenos textos em prosa, que poderão vir a ser publicados se estiverem de acordo com o perfil da nossa linha editorial. Os textos aqui publicados são de responsabilidade exclusiva de seus autores. O fanzine impresso pode ser adquirido pelo custo simbólico de R$ 2,00 (dois reais) - Assinatura Anual: R$ 10,00 (dez reais). Maiores informações entre em contato com o editor: Walmor Dario Santos Colmenero - Endereço Postal: Pça Nossa Senhora das Graças, 76 apto. 11 CEP.: 11390-090 Vila Valença - São Vicente/SP - Endereço eletrônico:
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