segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Após 22 edições impressas, desde Março de 2004,
o fanzine ESCRITOS passa também, à partir deste número 23
(Jan/Fev - 2008) a ter sua versão virtual para apreciação dos
internautas. ESCRITOS é um fanzine poético de divulgação
literária, sem fins lucrativos. Aceitamos colaborações de
poemas e/ou pequenos textos em prosa, que poderão vir a ser
publicados se estiverem de acordo com o perfil da nossa linha
editorial. Os textos aqui publicados são de responsabilidade
exclusiva de seus autores. O fanzine impresso pode ser adquirido
pelo custo simbólico de R$ 2,00 (dois reais).
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Walmor Dario Santos Colmenero
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ESCRITOS
Nº 23 – ANO IV – JAN / FEV – 2008

LENDA DA IDADE MÉDIA

Conta uma antiga lenda que na Idade Média um homem muito religioso
foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade,
o autor era uma pessoa influente do reino e por isso, desde o primeiro
momento se procurou um bode expiatório para acobertar o verdadeiro
assassino. O homem foi levado a julgamento, já temendo o resultado:
a forca. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas
chances de sair vivo desta historia. O juiz, que também estava combinado
para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo,
fazendo uma proposta ao acusado que provasse sua inocência.
Disse o juiz:
- Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas
mãos do Senhor; vou escrever em um pedaço de papel a palavra
INOCENTE e noutro pedaço a palavra CULPADO. Você sorteará um
dos papéis
e aquele que sair será o veredicto. O Senhor decidira seu
destino, determinou o juiz. Sem que o acusado percebesse, o juiz separou
os dois papéis, mas em ambos escreveu CULPADO de maneira que,
naquele instante, não existia nenhuma chance do acusado se livrar da forca.
Não havia saída. Não havia alternativas para o pobre homem.
O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher
um. O homem pensou alguns segundos e pressentindo a vibração,
aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente
colocou na boca e o engoliu. Os presentes ao julgamento reagiram
surpresos e indignados com a atitude do homem.
- Mas o que você fez? E agora? Como vamos saber qual o seu veredicto?
- É muito fácil - respondeu o homem. - Basta olhar o outro pedaço que
sobrou e saberemos que acabei engolindo o seu contrário.
Imediatamente o homem foi libertado.
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TROVA

Acorda a floresta santa;
brilham micos e sagüis...
Parece que o mundo canta,
no baile dos colibris.

HUMBERTO DEL MAESTRO
Vitória/ES
in: Trovas, Haicais e outros poemas
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OLHOS

De repente descubro
a lavada beleza de teus olhos.
(Entre mim e o sono
trazes um sol nos lábios
e nos seios Vênus.)
Teus olhos são como céus que choveram.

ANDERSON BRAGA HORTA
Brasília/DF
in: 50 Poemas escolhidos pelo Autor
Edições Galo Branco
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não sou pássaro
sou vôo
suspenso

paralisado

sirvo luz
entrenuvens

abraço de flores
no vento

apego de areia
móvel como água
perpétuo como o tempo

EUNICE MENDES
Santos/SP
in: Aurora Gris
Contato com a autora:
Av. Engº. Luís La Scala Jr., 186
CEP.: 11075-150 - Santos/SP
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SONHOS DE AREIA

Amores sempre se vão
eterna ilusão
devasta o que eu sou,
orgulho excessivo.
Sonhos de areia
na beira da praia;
belo, porém se vai.

Nunca se refaz um castelo
com o mesmo grão.

MAICON SOARES
Cotiporã/RS
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O BLUES

(...)
O próprio termo blues era uma palavra comum na América muito antes de
que nascesse esta música. Vasculhando o inglês isabelino, por volta do
século XIX, pode-se ver que esta palavra se utilizava nos Estados Unidos
com muitas das acepções que possui hoje em dia. Dizer I’ve got the Blues
nos anos trinta e quarenta do século XIX significava estar cansado da
monotonia, do ócio, mas nos anos sessenta do mesmo século tinha a
conotação de infelicidade.
(...)

Por Samuel Charters
in: Mestres do Blues – Vol. I
(continua na próxima edição)
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"Palavras não mais consolam
as questões geográficas
do mapa-múndi
da minha consciência.
Vou preparar um leite açucarado
e tentar dormir o sono dos justos".

NEIVA PAVESI
Santos/SP
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FRASE:

"Por mais que busquemos consistência e fundamento na variação, certezas
e encontros só achamos em nós próprios."

ANATOLE FRANCE - Escritor francês

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FRASES ANÔNIMAS:

"Sejamos como o sol que não visa nenhuma recompensa, nenhum elogio,
não espera lucros nem fama, simplesmente brilha!"

"Não paramos de nos divertir por ficarmos velhos. Envelhecemos
porque paramos de nos divertir."
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JOÃO BELÉM

Você foi um poeta
De nome reconhecido
Hoje é muito lembrado
E por nós muito querido.

Temos por sua memória
O mais profundo respeito
Tuas idéias fizeram história
E uma escola de conceito.

Gosto da minha escola
E isto eu vou dizer
É nela que a gente aprende
Mais que ler e escrever.

Quando na escola estou
Sinto a alegria e o bem
Quero sempre estudar
Na Escola João Belém.

BIANCA BANDEIRA FELIPETTO*
Santa Maria/RS
* Bianca tem 7 anos, aluna da 2a.série da Escola Estadual João Belém.
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MENSAGEM:

Quem passa e deixa amigos está trilhando o caminho de Jesus.
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ABRE AS TUAS ASAS, PASSARINHO!

Abre as tuas asas, passarinho e voa teu vôo bonito, saudando a
primavera que está chegando! Canta, a seguir, teu canto esplendoroso,
porque ele faz com que a natureza toda se renove e faz, também, com que
a vida palpite em cada pequeno ser!
Passarinho, quero que saibas que te adoramos, quero que saibas que
admiramos muito teu canto melodioso, tua figura simples e nobre.
Tu nos ensina tanto! Tu mostras ao mundo que a natureza é harmoniosa
e bela. Por isso, passarinho, abre as tuas asas e voa!
Na magia de teu voar e de tuas canções, mostra à humanidade o quanto
cultivas a paz e a união e, ainda, o quanto amas a natureza, da qual fazes
parte e pela qual vives a cada momento, ornamentando as paisagens com
beleza indescritível.
Abre as tuas asas, passarinho e vai delineando, aos poucos, aqueles
graciosos movimentos que jamais poderiam ser descritos!
Vai interpretando aqueles cantos que jamais poderiam ser imitados!
Passarinho, ao ruflar de tuas asas há tantos segredos a serem
desvendados, na melodia de teu canto existem várias notas musicais a
serem descobertas, portanto, abre tuas asas e voa, desaparecendo no ar!
Ressurgirás num novo horizonte, onde os símbolos de liberdade e de
cânticos de rara beleza trarão à humanidade outras inesquecíveis lições
de vida.

AURI ANTÔNIO SUDATI
Santa Maria/RS
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JARDIM DA VIDA

Fiz um jardim
Com amor e poesia
Plantei lindos canteiros
De paz e sabedoria.

No canteiro do amor-perfeito
Plantei a felicidade
Reguei com paciência
E muita tranqüilidade.

Lá no vaso da chiquita
Semeei em profusão
Da lágrima fiz chuvinha
E brotou meu coração.

Plantei frágeis violetas
E dálias da amizade
Floresceram as flores
No canteiro da saudade.

Se tu buscas a alegria
Vou buscar em teu jardim
Onde há o cravo e a rosa
E o delicado jasmim.

AMANDA B. FELIPETTO*
Santa Maria/RS
* Amanda tem 11 anos, aluna da 6a.série da Escola Estadual João Belém.
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VENDO O TEMPO

Nosso tempo
se veste de solidão.
Enigma da ausência,
da diferença
entre os iguais.

Em um tempo incerto
em uma hora
não sei qual
tento passar o tempo.
Evitar o mal
que o tempo me faz.

NETTO
Fortaleza/CE
in: O céu do arco-íris tem cor de nada - 5a. Edição
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ATIRANDO PRA TODO LADO

À beira de vermos (e termos) o projeto de TV digital no Brasil, tecnologia
avançada na transmissão de imagens, observamos que o conteúdo
midiático permanece pré-analógico, calcado nos índices de audiência e,
nos últimos tempos em especial, dividido pela briga religiosa de Globo
e Record. A novelinha baseada no narcotráfico e violência urbana da rede
Universal de tv foi ao ar deixando um rastro de necessidade do tema que
levou a rede Global a aderir e colocar no ar mais uma trama rodada em
favela de araque. Cenários impecáveis e uma ambientação de dar inveja
à realidade recordiana, parece que um grande aparelho de
ar-condicionado sobrevoa a cabeça de cada personagem. Basta assistir um
dos primeiros capítulos para saber o final: A dona de uma Universidade nos
braços de um líder comunitário numa grande festa ecumênica de pastores,
padres e mães-de-santo. Marx, em linguagem digital, ficaria ruborizado.
Quem diria... a Globo misturando crenças pra se safar da perseguição
implacável do grupo comunicativo da igreja que mais cresce na América
Latina. Habemus Mídia II.

SILVIO CAMPOS
Consultor de Cultura musical, Comunicólogo, Poeta
teiadearanha@ibest.com.br
http://www.teiacultural.blogspot.com/
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ODE

A Luiz Antônio Martins Pimenta

O verso estava na calçada.
O poeta não achou.
Estava escrito nele
que a vida é assim...
Um vai e vem constante
ou amor dilacerante
nos olhos de algum coração.
Estava escrito
que o amor dos mal amados,
deve sempre ser aproveitado,
deve ter a mesma ação.
Estava escrito
que alguém passou pela vida
e viveu só, em despedida,
partiu e não foi feliz;
nunca foi amado,
seu coração ficou petrificado...
Isso o verso diz...
E o poeta passou e não leu...

WALMOR DARIO SANTOS COLMENERO
São Vicente/SP
in: Tributo Vivo
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PROVÉRBIOS LATINOS:

"Vem a ventura a quem ela procura."

"O mau sempre cuida em enganos."

"Quem com porcos anda, aprende a grunhir."
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DICAS DE LEITURA

AGOSTINA SASAOKA:
www.gargantadaserpente.com
GLAUCO MATTOSO: www.sites.uol.com.br-glaucomattoso
AMARALVIEIRA: www.amaralvieira.com
RENATO SUTTANA: www.arquivors.com
JORNAL DE POESIA: www.secrel.com.br/jpoesia
CARLOS MACHADO: www.algumapoesia.com.br
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LIVROS RECEBIDOS:

CONTOS UNICAMP por Benilson Toniolo
CRIADORES DE MANTRAS - Anderson Braga Horta
VÔO INDEPENDENTE 4 por Zaira Cantarelli
TROVAS, HAICAIS E POEMAS AFINS - Humberto Del Maestro
ATAS DO CLUBE DOS ANDARILHOS DO ESPÍRITO SANTO -
Humberto Del Maestro

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Walmor : é o Antonio, o touché do Versos Livres e do blog Poetas de Guarulhos. vim conhecer o seu blog, já conhecia o fanzine e a qualidade é a mesma. Tb tenho um fanzine e um blog,mas ainda prefiro a versão escrita..te desejo sucesso..paz e poesia..!